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Não há tempo a perder!

 

A quantidade de estrangeiros que nos visitam em navios de cruzeiro, em fim de época alta na América Central e Caraíbas, não deixa de me admirar. Dentro de dias, grandes iates seguir-lhes-ão o rasto em deslocações para o Mediterrâneo e Norte da Europa, num ciclo anual que anima a economia de tantas nações.

Há algumas décadas, já várias vezes o afirmei, os Açores limitavam-se a ver passar grandes navios ao largo. No princípio do século passado, porém, a Faberline aportava a São Miguel e Faial para carregar gente nova e saudável que foi desenvolver campinas e cidades americanas.

Muito se alterou. Hoje, o arquipélago começa a ser visitado, sobretudo por europeus, ávidos de encontrar a natureza no seu estado mais puro, e uma cultura singular que ainda preservamos, apesar de ameaçados pela globalização que padroniza hábitos e comportamentos.

De há uns anos para cá, esta diversidade natural e cultural tem sido reconhecida pela imprensa e TV estrangeiras da especialidade, o que dará os seus frutos, desde que se desenvolvam, insistentemente, contatos e campanhas promocionais nos mercados que apreciam essas qualidades.

É uma atividade sujeita a flutuações e crises como a que vivemos, mas os operadores turísticos devem estar, permanentemente, abertos a encontrar alternativas ao decréscimo de visitantes, cientes de que, na economia como na vida, nada é estático, mas tudo é dinâmico. Se 2013 pode ser um ano de menos procura, importa tudo fazer para que a situação não se prolongue em 2014.

Por outro lado, há nichos de mercado ainda por explorar, que podem constituir motivo de grande procura, sobretudo nos mercados Americanos.

A Herança cultural   

Alguns operadores turísticos da Califórnia e do Canadá, descendentes de açorianos, já perceberam que, nas pessoas da terceira idade, a busca das raízes e da herança cultural nas terras de seus avós, são atrativos importantes na afirmação da identidade.

Esses visitantes, vêm por aí abaixo, com certidões de nascimento e passaportes dos antepassados, trazem fotografias antigas, soletram apelidos entretanto americanizados, buscam referências de antigos familiares, junto de pessoas idosas, e, quando encontram algum, manifestam uma alegria imensa.

Quantos descendentes de açorianos não há por esse mundo fora, na América do Norte, no Brasil, no Paraguai, para onde a luta por uma vida melhor levou seus avós?

São estes potenciais turistas que, nesta altura do ano, poderiam visitar estas ilhas. Com os açorianos de cá celebrarariam as Festas em louvor do Espírito Santo que os nossos maiores levaram na sua matriz cultural e que perduraram na sua fé e manifestações religiosas, onde quer que se encontrem, mais não fosse pelas promessas feitas à Divindade, para que a arriscada empresa da emigração corresse bem.

O turismo religioso tem grandes potencialidades que, se convenientemente exploradas, poderiam gerar grandes fluxos de visitantes nesta quadra do ano. Sejam estrangeiros, sejam residentes no país e na Região.        

Não constituem apreciável atrativo, por exemplo, os jantares do Espírito Santo da Ilha do Pico, com sopas, carne e vinho típicos servidos a centenas de pessoas e a distribuição de rosquilhas, pães e bolos de véspera, em todas as localidades e a todos os participantes nos arraiais desde o Sábado à terça-feira, e no domingo da Trindade?

O contributo da Atlanticoline

Quantos açorianos residentes noutra ilha não gostariam de deslocar-se à terra-mãe para reviver estas festas?!

E poderiam fazê-lo de barco, desde que a Atlanticoline tivesse programada para a semana do Espírito Santo uma deslocação entre São Miguel e o Faial que lhes permitisse passar os dias de festa na sua terra, regressando na terça ou na quarta-feira. Beneficiariam as unidades hoteleiras, o comércio local, e ganharia a própria empresa.

O horário do Santorini, ao contrário do previsto para outras festas, não teve a preocupação de se ajustar aos dias de festa do Espírito Santo. Infelizmente!, pois isso promoveria o turismo interno nesta época do ano. Espero que esta reclamação tenha acolhimento junto da Administração da Atlanticoline e que mobilize outros operadores turísticos.

Uma empresa pública REGIONAL, deve ser também um importante dinamizador do turismo no arquipélago, sobretudo em época tão festiva. O mesmo se diga do grupo SATA.

Há tantas potencialidades inexploradas no turismo religioso!

Não há tempo a perder! Falta um mês para as Festas do Espírito Santo, por isso será ainda possível organizar uma grande excursão que leve ao Grupo Central, via marítima, centenas de açorianos.

Vamos a isto!

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